Perder um amor é uma das experiências humanas mais dolorosas. Não importa se foi um relacionamento de meses ou de anos, o luto pela perda de um parceiro desejado gera uma dor emocional intensa.
É como se o chão sumisse sob os seus pés.
Se você está passando por isso, saiba que não está sozinho. A boa notícia é que a ciência investigou as estratégias que as pessoas usam para lidar com esse sofrimento. Como superar um término é uma questão que a pesquisa moderna conseguiu responder com dados.
Um estudo exploratório recente, publicado na revista Evolutionary Psychology, identificou 5 principais estratégias que, comprovadamente, ajudam as pessoas a gerenciar o fim de um relacionamento íntimo.
A seguir, apresento o guia de superação baseado na ciência.

Sumário
Por que um término dói tanto?
Segundo o estudo, o sofrimento após o fim de um relacionamento é mais do que emocional, ele é biológico e evolutivo.
Durante milhares de anos, formar vínculos íntimos aumentava nossas chances de sobrevivência. Estar em um relacionamento significava segurança, apoio e continuidade.
Quando esse laço se rompe, o cérebro interpreta como uma perda profunda, algo comparável à dor física.
Essa dor, explicam os autores, serve para nos fazer refletir, aprender e evitar repetir erros. Em outras palavras: o sofrimento é uma forma do corpo dizer “preste atenção, cresça com isso”.
As 5 estratégias mais comuns para superar um término (segundo a ciência)

Os pesquisadores analisaram mais de 600 pessoas e identificaram 84 comportamentos diferentes, agrupados em cinco grandes estratégias de superação.
E aqui vai o que a pesquisa revelou sobre as formas mais eficazes de seguir em frente:
1. Transferir o foco para outras áreas da vida
Essa foi a estratégia mais comum e também uma das mais eficazes.
Envolve focar em si mesmo, começar novas atividades, se dedicar ao trabalho, melhorar a aparência ou simplesmente manter a mente ocupada.
Em resumo: mudar o foco ajuda a reconstruir a autoestima e abrir espaço para novas experiências positivas. É quando você percebe que pode se reinventar, mesmo sem a pessoa ao lado.
2. Buscar apoio emocional
Conversar com amigos, família ou até com um psicólogo foi outra estratégia muito usada, especialmente entre as mulheres.
O apoio social, segundo o estudo, reduz o estresse emocional e ajuda a compreender melhor o fim, além de permitir o desabafo, algo essencial para a cura.
Falar é libertar o peso. Compartilhar é começar a curar.
3. Reformular o olhar sobre o fim
Chamado no estudo de “reinterpretação positiva”, esse método consiste em tentar ver o término de um jeito mais leve: entender que talvez não fosse o relacionamento certo, reconhecer os aprendizados e acreditar que algo melhor virá.
É o famoso “foi difícil, mas me fez crescer”.
4. Dar um tempo de tudo (isolamento temporário)
Muita gente precisa se recolher por um tempo, se afastar das redes, evitar encontros e ficar sozinho para processar tudo. E isso não é fraqueza.
O estudo mostrou que esse isolamento pode ajudar a reorganizar emoções e ganhar clareza, desde que não se torne um ciclo de solidão prolongada.
5. Evitar anestesiar a dor com sexo casual ou álcool
Essa foi a estratégia menos eficaz e mais arriscada, segundo a pesquisa.
Embora o prazer momentâneo pareça aliviar, o estudo alerta que esse tipo de fuga emocional não cura, apenas adia a dor.
Além disso, pode trazer consequências físicas e emocionais negativas.
O que realmente funciona (e o que não funciona)

Superar um término raramente depende de uma única atitude. A maioria das pessoas combina várias estratégias ao mesmo tempo e é justamente essa flexibilidade emocional que torna o processo de cura mais eficaz.
Mais de 84% dos participantes mostraram disposição para usar duas ou mais estratégias simultaneamente, e quase um terço disse que utilizaria três ou mais.
Isso revela que a recuperação emocional é multifacetada: uma mistura de autocuidado, reflexão e reconstrução prática da rotina.
Por exemplo, alguém pode decidir:
- se afastar por um tempo para processar as emoções (isolamento saudável),
- buscar apoio de amigos e familiares,
- e ao mesmo tempo investir em algo novo, como um curso, uma viagem ou uma mudança no estilo de vida.
Essa combinação cria um equilíbrio entre o sentir e o agir, duas forças essenciais para seguir em frente.
O que mais ajuda
O estudo apontou que as estratégias mais eficazes são aquelas que transformam a energia da dor em movimento:
- Focar em si mesmo e redescobrir objetivos pessoais foi o comportamento mais adotado, escolhido por 85% dos participantes. Envolve se reconectar com o que dá prazer, com quem você é fora da relação e com aquilo que te faz evoluir. Isso pode incluir se cuidar mais, retomar projetos esquecidos ou simplesmente se permitir descansar sem culpa.
- Buscar apoio emocional apareceu em 73% dos casos, seja com amigos, familiares ou profissionais de saúde mental. O estudo mostra que conversar sobre o que aconteceu ajuda a reorganizar as emoções e reduz a tendência de ruminar o passado. Pessoas que se abrem, mesmo com choro ou raiva, tendem a se reerguer com mais clareza.
- Reinterpretar o fim de forma positiva, chamada de positive reframing, também se mostrou poderosa.
É quando a pessoa começa a enxergar o término como uma virada de ciclo, algo que, por mais doloroso, trouxe aprendizado e amadurecimento. - Uma das estratégias com melhor resultado emocional foi tentar compreender por que o relacionamento terminou, refletindo sobre erros, padrões e aprendizados. Essa prática, descrita no estudo como “understand what went wrong”, ajuda a transformar a dor em consciência. Quem faz esse exercício tende a repetir menos os mesmos padrões no futuro e a se abrir para relações mais saudáveis.
O que parece aliviar, mas atrasa a cura
Algumas estratégias mostraram ser tentadoras, mas ineficazes a longo prazo.
- O estudo chamou de “sex and substances” o conjunto de comportamentos que envolvem sexo casual e consumo de álcool ou drogas. Apenas 15% dos participantes disseram recorrer a isso e com razão: os pesquisadores alertam que essas práticas funcionam como “anestésicos emocionais”. Elas podem distrair temporariamente, mas não resolvem a dor, podendo inclusive criar um vazio ainda maior depois.
- Outra estratégia, o isolamento prolongado, aparece como uma faca de dois gumes. Um período de recolhimento pode ajudar a processar sentimentos e evitar comparações sociais, mas ficar isolado demais tende a intensificar a solidão e a tristeza. O segredo, é se afastar o suficiente para se escutar, mas não a ponto de se perder de si.
Como superar um término e transformar a dor em crescimento
Superar um término não é apagar a história, mas transformar a dor em aprendizado. É olhar para si com gentileza, sem pressa e sem se comparar. É entender que o fim de um amor não é o fim da sua capacidade de amar, é só o início de uma nova versão de você.
E, como mostra a ciência, a melhor estratégia não é esquecer o outro, mas lembrar de quem você é sem ele.
Você se identificou com alguma dessas 5 estratégias? A sua história pode inspirar outras pessoas a começar o próprio processo de cura.
Deixe seu comentário abaixo e nos conte qual é a sua principal estratégia de superação! E se este guia ajudou você a enxergar o término por um novo ângulo, compartilhe-o com quem mais precisa dessa luz.
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Referência
APOSTOLOU, Menelaos; HADJIANTONI, Maria; LAJUNEN, Timo Juhani. Strategies for Coping With the End of a Desirable Intimate Relationship: An Exploratory Study (Estratégias para lidar com o fim de um relacionamento íntimo desejável: um estudo exploratório). Evolutionary Psychology (Psicologia Evolucionista). jul./set. 2025. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC12340182/. Acesso em: 12 nov. 2025.
